Lá estava eu matutando sobre o tema ao entrar no elevador do meu prédio quando percebo de repente que no lugar de subir estou descendo. Eis que a porta abre e vejo um jovem casal e uma menina de seus dois anos fazendo birra. Na hora que a mãe chamou a mocinha para entrar no elevador ela fugiu para o outro lado do saguão e ficou de cócoras fazendo beicinho. O pai segurou a porta enquanto a mãe argumentava com a menina. Minutos passando e eu perdendo a paciência, mas vamos lá, tento ser solidária com os pobres pais e não reclamo. Finalmente a mãe cansou e pegou a garota no colo.
- “Bem, finalmente vamos subir”, penso eu.
A garota veio se debatendo e chorando no colo da mãe e... tcharam, bateu com a cabeça na porta do elevador. Nem tive tempo de pedir licença para sair. A porta se fechou e a menina ficou muda, cada vez mais vermelha... BEM na minha frente. Dez segundos eternos se passaram antes da guria começar a gritar loucamente a ponto de sentir o meu tímpano latejando... Gritos dados com toda a força, reverberando dentro do elevador. Eu que já não estava de bom humor quis morrer nesse breve-eterno intervalo até meu andar.
- “É, esse foi um sinal divino para deixar bem claro que essa missão não me pertence nesta encarnação”.